Todos nós temos lembranças da nossa infância. Algumas boas, outras ruins, mas nos lembramos de alguma coisa. Eu, por exemplo, me lembro de uma infância feliz vivida no interior de Minas Gerais. As lembranças que tenho da minha infância são boas, não porque tive tudo o que eu queria, mas tive tudo o que eu precisava (acredito que posso falar isso pelos meus irmãos também): tive uma família, um lar, amigos, tive o que comer e o que vestir, tive pais preocupados com a minha educação, preocupados com minha vida espiritual e por isso desde pequena fui por eles encaminhada para uma Igreja Evangélica onde cresci aprendendo sobre Deus e Sua vontade. Na minha infância aprendi também a valorizar as pequenas coisas. Tenho saudades de algumas coisas da minha infância, como os almoços de domingo com a família reunida e aqueles pratos que a minha mãe só fazia no domingo ou em dias de festa, dos momentos vividos na Igreja onde freqüentava.
Tive uma infância muito diferente da que as crianças de hoje estão vivendo: computador era coisa de poucos (aliás, eu nem conhecia computador), celular não existia, brinquedos caros nunca tivemos, mesmo porque numa família com 09 filhos seria difícil comprar brinquedos caros para todos, mas isso não me fez falta. Nós brincávamos com o que tinha. Muitas vezes nosso pai fazia brinquedos de madeira para meus irmãos e nós fazíamos alguns dos nossos brinquedos, usando a criatividade que Deus nos deu e como nos divertíamos! Uma coisa nunca nos faltou: amor, carinho, proteção, cuidado, broncas e limites necessários e fundamentais para a nossa formação.
Você talvez esteja se perguntando por que eu estou falando da minha infância, não é mesmo? É porque eu quero te levar a refletir sobre uma questão muito importante: QUE LEMBRANÇAS NOSSAS CRIANÇAS TERÃO DE SUA INFÂNCIA? E quando falo de crianças não estou me referindo simplesmente aos nossos filhos, mas a todos as crianças que nos cercam: aquelas com as quais encontramos na rua, as da escola dos nossos filhos, as que moram perto de nós, as que freqüentam a nossa Igreja, as que vivem no Brasil, enfim as crianças do mundo. Que lembranças essas crianças terão de suas infâncias? Serão lembranças boas ou ruins? De que brinquedos elas vão se lembrar? De quais amigos se lembrarão? De que sentirão saudades? Que diferença aquilo que aprenderam na infância fará em suas vidas quando adultas? Isso vai depender daquilo que temos ensinado a elas, daquilo que temos oferecido a elas, daquilo que elas vivenciarem quando crianças.
Muitas crianças estão em lares aparentemente perfeitos onde tem tudo o que querem e o que precisam materialmente falando: as melhores roupas, os melhores brinquedos, as melhores comidas, a melhor escola, mas muitas vezes não estão recebendo aquilo que de fato elas precisam para se tornarem homens e mulheres de bem: amor, carinho, proteção, limites. Muitas outras vivem condições humildes, mas tem tudo o que precisam para viver bem e com saúde. E quantas tantas vivem largadas a própria sorte tendo que se virar sozinhas para conseguir o mínino do que precisam para viver. Muitas são exploradas sexualmente, outras são vítimas de violência doméstica, outras são obrigadas a trabalhar – negam-lhes o direito de ser criança. Quantas não têm o que comer, o que vestir, onde e como estudar, com o que brincar.
O que temos feito para mudar a realidade das crianças ao nosso redor. Toda criança tem o direito de ser criança, de viver como criança, de estudar, de brincar, de ter uma família, um lar, de ser amada e protegida, de ter o que vestir e o que comer. Toda criança tem o direito de sorrir! Toda criança tem o direito de quando adultas ter boas recordações de sua infância, se lembrar de que quando eram crianças, alguns adultos, além dos seus pais, foram importantes nas suas vidas, que quando criança alguém lhes falou de uma Pessoa que as ama com um amor incondicional, de que alguém lhes conduziu pelo Caminho que conduz a Salvação e através do conhecimento que obtiveram de Jesus tiveram suas vidas transformadas. E nós temos o dever de fazer com que os direitos das crianças sejam respeitados. Reflita sobre isso e faça você a diferença na vida das crianças ao seu redor.
Mis. Jacira da Silva Cordeiro da Conceição
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